O mercado financeiro inicia esta semana monitorando a Super Quarta, com expectativa de um corte nas taxas de juros dos Estados Unidos e a divulgação de novos dados sobre a economia brasileira nos próximos dias.
Fed deve cortar juros nos EUA
O Fed (Federal Reserve) mantém as taxas de juros entre 4,25% e 4,50% desde dezembro de 2024, visando retornar a inflação americana à meta de 2% ao ano, apesar das incertezas trazidas pelas tarifas de Donald Trump.
Recentemente, o Banco Central dos Estados Unidos sinalizou que é o momento de reduzir essa taxa. O primeiro corte é aguardado para a reunião que começa na terça (16) e termina na quarta-feira (17).
O presidente do Fed, Jerome Powell, reconheceu a necessidade de ajustar a política monetária no final de agosto, devido aos riscos crescentes no mercado de trabalho. O Fed tem como metas garantir a estabilidade dos preços e promover o pleno emprego.
A situação se agravou desde então. Conforme o payroll, a economia americana gerou apenas 22 mil vagas de trabalho em agosto, bem abaixo da expectativa de 75 mil.
Esse resultado gerou especulações sobre um corte de 0,50 dos juros americanos, mas as expectativas se ajustaram para um corte de 0,25 pontos após a inflação americana ter avançado 0,4% em agosto.
De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, 96,4% do mercado acredita que o Fed irá realizar um corte de 0,25 pontos na quarta-feira (17), reduzindo a taxa para um intervalo entre 4,00% e 4,25%. A dúvida atual é sobre as projeções que serão apresentadas pelo Federal Reserve.
Atualmente, o Fed prevê dois cortes de juros em 2025, além de um corte de 0,25 ponto percentual por ano em 2026 e 2027. Entretanto, o mercado acredita que poderá haver mais ajustes. Por isso, há interesse em saber se o Fed confirmará esse cenário.
No Brasil, Selic fica em 15%
O Copom (Comitê de Política Monetária) também se reunirá nesta semana para discutir a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, que atualmente é de 15% ao ano.
A expectativa é que a Selic permaneça inalterada, pois o BC (Banco Central) já indicou que as taxas permanecerão altas por um período prolongado, visando garantir a convergência da inflação de volta à meta.
Entretanto, os analistas estarão atentos ao comunicado do Copom após o fechamento de quarta-feira (17), pois novas indicações sobre os juros podem aparecer no texto.
A incerteza atual gira em torno de quanto tempo a Selic se manterá em 15%. A maioria do mercado acredita que começará a cair somente em 2026, enquanto alguns analistas sugerem a possibilidade de um corte em dezembro.
A expectativa de um corte da Selic ainda neste ano surgiu com a recente redução das expectativas de inflação. Contudo, essa possibilidade perdeu força após a divulgação da inflação de agosto, que embora tenha sido negativa, foi um pouco mais elevada do que a esperada pelo mercado. Portanto, há uma expectativa em torno das declarações do Copom.
Outros dados
Antes da Super Quarta, também serão divulgados dados importantes da economia brasileira.
Como de costume, o Boletim Focus abrirá a semana do mercado, trazendo as projeções dos analistas para indicadores como inflação, juros e o dólar.
Na segunda-feira (15), o BC divulgará o IBC-BR (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de julho.
Esse indicador, conhecido como a prévia do PIB (Produto Interno Bruto), fornecerá uma indicação do ritmo da atividade econômica no início do terceiro trimestre, podendo mostrar se a desaceleração observada no PIB do segundo trimestre continua.
Na terça-feira (16), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará a taxa de desemprego de julho, medida pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal).